Jejum Intermitente vs Refeições Frequentes: O que a ciência diz e o que funciona melhor?
Entenda o que a ciência diz sobre essas duas estratégias, quais os prós e contras de cada uma e qual delas pode funcionar melhor para você, de forma segura e sustentável.
Nicole Lopes
4/4/20254 min ler


Comer várias vezes ao dia ou praticar jejum intermitente: qual dessas estratégias funciona melhor para perder peso, ganhar saúde e manter o bem-estar? Essa é uma dúvida comum, especialmente diante da popularização do jejum como uma possível ferramenta para resultados mais rápidos.
Como nutricionista, posso afirmar: não existe uma fórmula única que funcione para todos. O que traz resultados sustentáveis é entender o contexto de cada pessoa, seus hábitos de vida e o que é possível manter a longo prazo. Neste artigo, vamos comparar essas duas abordagens de forma crítica e com base na ciência.
O que é Jejum Intermitente?
O jejum intermitente é uma estratégia alimentar que alterna períodos de alimentação com períodos de jejum. O protocolo mais comum é o 16/8 — jejum por 16 horas e alimentação durante 8 horas. Há também variações como o 14/10 e outras.
Estudos apontam que o jejum pode trazer benefícios como:
Melhora da sensibilidade à insulina
Redução da inflamação sistêmica
Redução de gordura corporal
Estímulo à autofagia celular
Porém, é essencial deixar claro que esses efeitos ocorrem dentro de um contexto de alimentação saudável e hábitos equilibrados. Sem isso, o jejum por si só não traz resultados consistentes.
Falo isso também com base na minha experiência pessoal. Eu pratiquei jejum intermitente de forma leve, duas vezes por semana, entre 14 e 16 horas. Fiz porque me sentia bem, com mais disposição, clareza mental e conexão com meu corpo. Como consequência, houve uma redução da gordura corporal — um tema que aprofundo neste artigo sobre as causas da gordura abdominal e estratégias eficazes para eliminá-la. Isso aconteceu porque já mantinha uma alimentação balanceada e um estilo de vida saudável, com prática regular de exercícios físicos. O jejum, nesse caso, foi apenas um complemento.
Refeições Frequentes: uma abordagem tradicional
A orientação de realizar de 3 a 6 refeições por dia faz parte da base da nutrição tradicional, e continua sendo válida para a maioria das pessoas. Essa abordagem ajuda a:
Controlar a fome ao longo do dia
Prevenir episódios de compulsão
Estabilizar os níveis de glicose no sangue
Melhorar o desempenho intestinal e hormonal
A maior vantagem é a facilidade de adesão, especialmente para quem está construindo novos hábitos e precisa de regularidade.
Do ponto de vista científico, o que mais importa não é necessariamente a frequência das refeições, e sim o equilíbrio calórico e a qualidade da alimentação. O corpo responde ao déficit calórico sustentado — ou seja, gastar mais energia do que se consome. Tanto no jejum quanto nas refeições frequentes, o que define o emagrecimento é esse princípio.
Comparando as abordagens: o que a ciência mostra?
Alguns estudos mostram que o jejum pode ser tão eficaz quanto dietas convencionais em termos de perda de peso — desde que o consumo energético esteja controlado. A vantagem para algumas pessoas está na redução espontânea da ingestão calórica, devido ao tempo mais curto de alimentação.
Por outro lado, estudos também mostram que fazer refeições equilibradas ao longo do dia pode favorecer o controle do apetite, o rendimento físico e mental, e uma melhor organização alimentar, especialmente em pessoas com rotina agitada, que precisam manter o foco e a estabilidade de humor.
Ou seja: ambas as estratégias funcionam — desde que haja equilíbrio calórico, qualidade nutricional e constância.
Jejum intermitente: uma prática para a vida toda?
Apesar dos benefícios relatados por muitas pessoas, inclusive por mim mesma, o jejum intermitente não precisa — e nem deve — ser seguido por tempo indeterminado em todos os casos. Ele pode ser útil como uma estratégia temporária, ajustada conforme seus objetivos e fases da vida.
A literatura científica aponta que os efeitos positivos do jejum são mais evidentes quando ele é aplicado com critério, consciência e acompanhamento profissional. Em alguns casos, especialmente em mulheres, o jejum contínuo pode afetar negativamente hormônios, energia e bem-estar.
Por isso, mais importante do que seguir um protocolo fixo, é observar como o seu corpo responde e entender que há outras formas sustentáveis de cuidar da saúde e do peso corporal a longo prazo.
O que considerar antes de escolher uma estratégia?
A escolha entre jejum e refeições frequentes deve considerar:
Sua rotina e estilo de vida
Histórico de saúde
Nível de consciência alimentar
Relacionamento com a comida
O jejum intermitente não é recomendado para gestantes, lactantes, adolescentes, pessoas com transtornos alimentares, histórico de hipoglicemia, ou sem acompanhamento nutricional. Além disso, jejuar sem uma alimentação adequada nos momentos de refeição pode levar a desequilíbrios nutricionais e baixa energia.
Conclusão
Se você está começando agora, recomendo começar pelo básico com este guia prático de alimentação saudável para iniciantes.
O jejum intermitente pode ser uma estratégia complementar interessante, mas não é indicado para todos, nem deve substituir o básico da nutrição: uma alimentação variada, rica em nutrientes e distribuída ao longo do dia de forma consciente.
Para a maioria das pessoas, o mais eficaz e sustentável continua sendo criar uma rotina alimentar equilibrada, com refeições bem planejadas e respeitando sinais de fome e saciedade.
Antes de seguir qualquer estratégia, busque orientação profissional. O melhor plano é sempre aquele que se adapta à sua realidade e promove saúde de verdade.
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